Educação vem do... b

Você já deve ter ouvido essa frase uma centena de vezes: "educação vem do berço".

Já ouviu? Muitas vezes?

Embora todos nós, em um momento ou outro da vida, já ouvimos alguém dizer exatamente isto, seja de nossos pais, avós, professores, ou até de amigos em conversas informais, talvez, sim, talvez, não tenhamos refletido o suficiente sobre o que realmente isto significa.

Num mundo midiático, onde a informação flui à velocidade da luz, parece haver um esquecimento ou negligência daquilo que realmente importa na vida. A Educação tem sido muito negligenciada em sua essência. Aquilo que nossos pais ou avós valorizavam, hoje sofre um certo desprezo pelos mais jovens, ou jovens pais.

O que realmente quero propor aqui, é uma reflexão sobre que tipo de Educação valorizamos: aquela que "vem do berço", ou aquela que hoje pretensamente se diz adequada a um mundo em constantes mudanças. Essa reflexão não tem por objetivo criar mais uma dicotomia, ou polarização, pois não se trata de eleger qual tipo, ou forma de Educação deve se sobrepor a outra, mas sim, sobre o valor que damos para as formas de educar ou para quais resultados tais formas apontam.

Busca-se, portanto, a educação como forma de emancipar-se em uma sociedade que valoriza diferentes razões. Mas e aquela que vem do berço, qual resultado ela traz em seu bojo? Quais caminhos a educação que vem do berço nos levam a trilhar?

A educação que os pais dão aos filhos nos primeiros anos de vida, determina o que eles serão e qual educação formal buscarão no futuro, e qual valor se lhes atribuirá.

Educação vem do berço? Vem, sim senhor! Pois ela vem recheada de amor e oportunidades, ou esvaziada, sem cuidado, consideração ou até mesmo desprezo. O tratamento que recebemos na infância de nossos pais reflete no tratamento que damos a nossos pares e à geração posterior.

Quantas vezes nos relacionamos com alguém e percebemos ser uma pessoa polida (se bem que esse termo parece inadequado), respeitosa, atenciosa, interessada, tolerante, sim, quem não gosta de conversar com alguém assim, e receber um tratamento agradável?

Reflita: você pensou no quanto essa pessoa recebeu de educação no lar, para ser o que é? É claro, que isso também não é uma regra universal, pode-se encontrar indivíduos que sofreram maus tratos na infância e que são adultos altamente respeitosos - talvez em parte por terem sentido na pele o quão desagradável é não receber o carinho necessário, o conforto e consolo do lar, e de fato sentir-se sozinho na batalha da vida.

Bem, acredito, e as estatísticas mostram, que via de regra quando a infância é prejudicada, ou seja, quando não há a educação no berço, no lar, dificilmente haverá uma adequação à sociedade de forma benéfica. Os desvios de personalidade e comportamento, até mesmo agressivo, desenvolvem-se pela falta do afeto que a educação do lar deveria suprir.

Em outras palavras, a falta da educação que vem do berço, causa-nos na vida em sociedade, inúmeros problemas gerando comportamentos não esperados.

Paz social, tolerância, respeito, não se apropriar daquilo que não lhe pertence, respeitar os de mais idade, cumprimentar, olhar nos olhos... e assim vai, são comportamentos que esperamos - mas se queremos que nossos filhos se tornem esses tipos de adultos, que desejamos ver em toda parte, precisamos dar-lhes, se o recebemos ou não, a educação que vem do berço, não há outra forma.

Os mais críticos, podem dizer que este é um pensamento simplista, mas eu diria que qualquer tentativa de mudança na educação, precisa levar em conta que existem milhões de lares de indivíduos esquecidos, que de fato, não podem dar aquilo que não receberam, portanto, a verdadeira mudança na educação passa por uma mudança no lar, que é a fonte da verdadeira educação.

Lares felizes, crianças felizes, futuro feliz, por que educação vem do berço!

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