VOCÊ TEM UM PERFIL CONCILIADOR?

Em nossa cultura cultivou-se, ao longo de décadas, um outro perfil, o não conciliador, do letígio, ou seja, prefere-se o enfrentamento judicial, ao diálogo. Então, pergunte-se: eu tenho um perfil conciliador ou letigioso? Qual alternativa está mais alinhada com o teu pensamento ou comportamento? 

Bem, você até pode racionalizar e dizer: "não, eu sou sim um conciliador, estou sempre aberto ao diálogo". Este é um pensamento frequente, mas será que expressa o real intento das pessoas em geral?

Continuo afirmando que embora neguem, a cultura do letígio está presente, em nosso consciente coletivo. Entregamos ao Estado Juiz, o direito de dizer, de ditar, de dar interpretação da lei no caso concreto, e assim nessa outorga, recebemos a Jurisdição final e a aceitamos sua sentença como solução plausível, dentro dos limites desse rol de leis, que chamamos de ordenamento jurídico. 

Entretanto, sempre na relação jurídica haja um lado inconformado, daí os recursos - fundamentados no princípio da ampla defesa e duplo grau de jurisdição (quando se recorre a instâncias superiores).

Mas note, sempre há um lado inconformado quando a solução é judicial - exceto, é claro, em casos onde a aplicação da norma é perfeitamente necessária e cabível. Mas, em letígios entre pessoas, sempre haverá um lado inconformado.

Por isso, a pergunta "você tem um perfil conciliador?" é importante. Por que se cultivarmos essa forma de resolver letígios, controvérsias e conflitos, via diálogo, com ações conciliatórias, descobriremos que há uma forma de resolução onde os dois lados podem sair satisfeitos.

Pense na última vez em que teve que recorrer ao judiciário, você saiu satisfeito - por certo que sim, se a sentença lhe foi favorável. E quanto à outra parte? E se a sentença negou a tua pretensão, não foi favorável, atendeu os anseios da outra parte. Mas ainda há o pior: quando as duas partes se sentem insatisfeitas com a sentença e ambas recorrem.

Pense também no custo de movimentar a máquina estatal, advogados, arrolar testemunhas, custas processuais.

Veja, não quero dizer que a Jurisdição Estatal é desnecessária. Haverá casos que sem dúvida, após esgotar as vias do diálogo, da conciliação ou mediação, você terá que bater à porta do Estado e fazer o teu pedido, iniciando um processo.

Porém, há uma forma mais celere, e mais satisfativa, para as duas partes envolvidas - trata-se da conciliação/mediação. Formas autocompositivas de resolução de conflitos que permitem às partes maior diálogo e satisfação no resultado final.

Ter o perfil conciliador, é uma mudança de cultura. Talvez você até já tenha esse perfil, o que seria ótimo. Assim, meu convite é de que você ajude a disseminar este pensamento na busca de soluções mais rápidas, mais eficazes, e mais justas.

Busque o perfil conciliador em todas as relações, os frutos serão bem mais palatáveis!

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